Depois de vários anos desenvolvendo seus servidores, softwares, sistemas e soluções, as empresas de tecnologia (e claro, as de não tecnologia) perceberam que é mais barato e fácil assinar um serviço de nuvem.
No começo da era da computação, Thomas Watson, fundador da IBM, disse: “Eu acho que existe um mercado mundial para, talvez, uns cinco computadores”. Aparentemente, ele errou e o mundo tem um pouquinho mais do que cinco computadores. Porém, no longo prazo, Watson pode estar certo. Muito certo.
Depois de vários anos desenvolvendo seus servidores, softwares, sistemas e soluções, as empresas de tecnologia (e claro, as de não tecnologia) perceberam que é mais barato e fácil assinar um serviço de nuvem. E esse é o verdadeiro futuro da computação: um mundo das nuvens.
As empresas gigantes no mundo sempre precisaram vários computadores replicando as mesmas operações para conseguir realizar as mesmas funções. E falta de talento para conseguir fazer isso em uma escala aceitável. Portanto, faz mais sentido concentrar essas operações em poucas empresas: hoje Amazon e Microsoft dominam o mercado. O Google também está de olho, mostra o TechCrunch.
É uma revolução, como o grid de energia elétrica foi. Antes, todas as cidades precisavam gerar a energia que iriam gastar. Totalmente inviável para a necessidade energética que temos hoje. E é passar esse raciocínio para a habilidade computacional que permite que tenhamos cerca de cinco computadores fazendo todas as operações, como proposto por Watson.
Contudo, a Nuvem está apenas no começo da sua adoção: é como o mercado de computadores em 1983, de pesquisa em 1998 ou de smartphones em 2003 (antes, portanto, do iPhone mudar tudo).
A líder do segmento celebrou 10 anos de idade (a Amazon Web Services) mas tem apenas US$ 10 bilhões de receitas por ano. Isso não é nada do potencial do mercado: trilhões de dólares gastos por todas as empresas em tecnologia da informação. E agora Microsoft, Amazon e Google começarão uma guerra que pode durar décadas.
Até pouco tempo atrás, a Amazon era vista como uma empresa provendo serviços para pequenos. Até Steve Ballmer, na época CEO da Microsoft, ridicularizou a companhia. Mas a AWS se tornou o padrão a ser batido na indústria da nuvem e cresce forte (levando a Amazon junto) graças ao que tinha para oferecer: escala. Graças ao expertise acumulado com a “Loja de Tudo”.
A Amazon entrou na nuvem com tudo: bons preços, disponibilidade de regiões. E hoje domina o mercado com isso: embora a Azure, da Microsoft, e a GCP, do Google, venham com tudo.
A empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen já é a segunda colocada e seu presidente, Satya Nadella, já determinou que o lema da empresa é “Cloud First, Mobile First”. Além disso, a empresa tem alguns dos maiores clientes da indústria e é forte na prestação de serviços como e-mail e pacotes de produtividade (o velho e conhecido Office).
O Google está entrando com força: contratou Diane Greene, fundadora da VMWare, para chefiar a sua plataforma de nuvem. E já conseguiu dois dos maiores clientes possíveis: o aplicativo de streaming musical Spotify e a Apple – sua concorrente como maior empresa do mundo.
Com a liderança certa (de Greene), know-how no assunto (buscas, Gmail, Youtube e Maps, alguns dos maiores aplicativos do mundo), o Google provavelmente é um adversário formidável.
E conforme existe mais competidores, mais barato tudo isso vai ficar: a Amazon já cortou o preço em 44 vezes, enquanto o Google anunciou que os preços deles vão cair conforme os gastos também caiam. Já a Microsoft não espera ganhar dinheiro naturalmente da nuvem: seus ganhos vão de outros serviços e softwares para empresas.
Outras podem surgir: Facebook, IBM, Oracle já mostraram interesse em aparecer. Cada nuvem terá sua diferença. E cabe ao mercado (leia-se: você) determinar qual será a vencedora desta guerra de trilhões.