Pública, privada ou híbrida? Especialistas listam pontos para serem considerados na hora de planejar a adoção do conceito de cloud computing.
Aos poucos, as companhias revelam um interesse crescente pela nuvem. Enquanto isso ocorre, gestores de TI descobrem que um único tamanho nem sempre serve para todo mundo. Interesses também são difusos. Enquanto algumas empresas avaliam questões como economia através de estruturas públicas, outras buscam mais segurança e customização em ambientes privados.
Além disso, tem aqueles CIOs que recebem requisições para mesclar o melhor desses dois mundos. A indústria achou a resposta a esse dilema a partir do conceito de nuvem híbrida. “Muitos querem mesclar flexibilidade, agilidade, velocidade e custos de um modelo com o controle, segurança e desempenho do outro”, constata John Dinsdale, analista do Synergy Research Group. “O mundo híbrido é uma saída para muitos deles”.
De acordo com o especialista, enquanto negócios de nuvem pública demonstram uma taxa de crescimento da ordem de 50%, os níveis de expansão de clouds híbridas e privadas registram evolução de 40 e 45%.
“Acredito que o modelo híbrido prevalecerá nas corporações”, avaliou Dan Olds, analista da The Gabriel Consulting Group. “Empresas utilizarão nuvem pública para o curto prazo, pois garante habilidade para adicionar capacidade rápida em momentos de pico”, acrescenta.
Agora, é exatamente como balancear essas cargas entre ambientes públicos e privados que torna o modelo de nuvem híbrido mais complicado do que simplesmente utilizar um ou outro modelo. Inegavelmente que é necessário avaliar com cuidado para separar sistemas de missão crítica e estratégicos bem como considerar questões de compliance.
Agora, para uma companhia que avalia a adoção desse modelo, qual o melhor caminho a seguir? Como uma companhia consegue os melhores acordos financeiros sem perder segurança e escalabilidade? De acordo com especialistas, alguns pontos precisam ser considerados. A seguir listamos alguns deles.
1. Avalie suas necessidades
Parece simples, mas não é. Algumas perguntas simples precisam ser respondidas antes mesmo de começar. Por exemplo: para quê você precisa da nuvem? Algumas companhias simplesmente consideram o conceito como, por exemplo, um vetor de economia, redução de esforço, terceirizar a gestão de parque de máquinas ou sistemas, etc.
Outra coisa a considerar é quanto a nuvem libera das atividades pesadas do departamento de TI. Gastar menos tempo com trabalhos operacionais pode liberar espaço na agenda dos profissionais de tecnologia para que sejam mais inovadores e contribuam com o negócio da organização.
Mais uma dúvida: para sua empresa é melhor construir a própria estrutura ou alugar um serviço de terceiros? Isso seria dentro do seu data center ou com máquinas alocadas em provedor? Se partir para uma estrutura própria, tem especialistas para executar as tarefas necessárias?
De maneira geral, quanto menor o número de funcionários dedicados à TI, mais ajuda de fora a companhia precisará. “Diria que o melhor lugar para começar é com uma nuvem privada hospedada na infraestrutura de um provedor de serviços. Quando pegar confiança, expande”, aconselha Jeff Kagan, analista independente.
2. Categorize suas aplicações e dados
O resultado final de ter um ambiente híbrido está na separação de aplicações e informações da companhia em categorias que apontam em qual das duas nuvens isso estará. Esse é um passo crítico e requer uma observação honesta sobre os “ativos” que podem ou não ser movidos para cloud de acordo com a sensibilidade disso para o negócio da organização. Onde devem ficar? Como isso se mistura de acordo com as necessidades?
“Quando você abre sistemas privados para o público, eleva o risco de segurança”, comentou Kagan. “Agora, não é apenas porque há mais risco que as companhias devem ficar longe da nuvem pública. Precisam, apenas, tomar mais cuidados”. Alguns negócios são mais dependentes com relação a políticas sobre quais aplicações ou dados poderão ou não circular entre esses dois ambientes. Se essas políticas não estiverem claras ou prontas, é melhor defini-las antes de se lançar para a cloud computing.
3. Fale com outros usuários
Um conselho repetido por praticamente todo mundo: gestores de tecnologia deveriam conversar com colegas de outras companhias de tamanho ou necessidades similares para entender o que aprenderam em suas experiências com cloud. Pergunte sobre preço, características, segurança, sobre o que funcionou e o que não. Lembre-se que muitas vezes se aprende muito mais de equívocos do que de sucessos. “Caso conheça outras companhias que usam serviço de determinado provedor de nuvem e pode pegar recomendações, esse é sempre um ótimo ponto para começar”, aconselha Kagan.
4. Escolha o provedor com cuidado
Achar o fornecedor certo – aquele com grande experiência e algum sucesso provendo soluções para negócios similares aos seus – requer mais uma série de perguntas. Indague quando as suas estatísticas de confiabilidade e disponibilidade? Quantos clientes eles possuem? Quantos desses clientes são de grande, médio e pequeno portes? Algum desses clientes tem porte similar ou atua na mesma vertical da sua empresa?
“Há uma grande variedade de provedores de cloud focados em áreas distintas”, resume o especialista, aconselhando optar por aquele que consegue lidar com situações de acordo com o que sua empresa vivencia.
5. Vá com calma
Consultores avaliam que as empresas não devem se sentir pressionadas a pularem com os dois pés nesse barco. A proposta é ir com calma e aprender a partir da experiência. “Recomendaria sempre começar com um projeto pequeno de nuvem privada e compreender como isso funciona e as formas de expandir tal iniciativa. Talvez isso leve um tempo, mas é melhor do que cair em uma armadilha difícil de sair”, ilustra Kagan.